segunda-feira, 2 de abril de 2007

O USO DA INTERNET NAS ESCOLAS

O IBGE revelou que a educação é o principal fator de interesse do internauta brasileiro.

O primeiro estudo do IBGE, nesse gênero, “O Acesso à internet e posse de telefone", feito a partir de dados de 2005 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), mostra que o internauta brasileiro é jovem e tem renda e grau de instrução elevada. Ainda, apresenta que 71,7% dos usuários disseram acessar a rede em busca de educação e aprendizado. O segundo assunto de maior interesse é a comunicação com outras pessoas, citada por 68,6%. O item inclui conversas em salas de bate-papo, ferramentas como Orkut, programas de mensagens instantâneas, blogs e fotologs. O lazer é o terceiro colocado, citado por 54,3%. A leitura de jornais e revistas aparece em seguida, com 46,9%.

Em 2005, o Brasil tinha 32,1 milhões de usuários de internet, o equivalente a 21% da população. A idade média das pessoas que acessam a rede era de 28,1 anos, e o número médio de anos de estudo, 10,7. A renda mensal per capita era R$ 1.000.

Segundo o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Plínio de Aguiar, a primeira barreira para o acesso à internet é a econômica. O governo estuda usar o Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) para cobrir as despesas de acesso à rede em 200 mil escolas. A Anatel pretende aprovar no primeiro semestre um plano de acesso à rede discada em que as operadoras oferecerão um pacote de dez horas de navegação por R$ 7,50.

O uso da internet é mais freqüente entre os jovens. No grupo de 15 a 17 anos, 33,9% das pessoas acessaram a rede. A condição de estudante é fator de peso no acesso. Entre os estudantes, 35,9% usam a internet. Ente os que não são estudantes, o número cai para 16%.

É o caso da estudante Vanuela Xavier de Oliveira que usa a rede para fazer pesquisas escolares, conversar com amigos no Orkut e ler os e-mails. "Na maioria das vezes uso a rede como passatempo. Coloco minhas fotos, troco mensagens com amigos e baixo músicas.

As mulheres acessam mais a rede do que os homens até os 25 anos. A partir daí, o percentual de homens é maior. As mulheres acessam mais a partir de locais de ensino, e os homens preferem o local de trabalho e os centros de acesso pago. As mulheres navegam em busca de educação e aprendizado. Os homens, para fazer compras, buscar atividades de lazer e realizar transações bancárias.

Resistência
O perfil dos que não acessam a rede é composto por pessoas de 37,5 anos em média e 5,6 anos de estudo. O rendimento médio é de R$ 333.
A falta de acesso ao computador é a principal justificativa para os que não usam a rede, citada por 37,2%. Para 20,9% dos entrevistados, no entanto, a internet não é necessária ou não desperta a atenção.

O aposentado paulista Anderson Oliveira, 49, diz que sofre críticas da família e dos amigos por não gostar de computador. Tenho em casa, mas não tenho vontade de usá-lo. Outro dia fui viajar para o Rio de Janeiro e o hotel só fazia reserva pela Internet. “Odeio isso”, afirma Oliveira.