domingo, 27 de maio de 2007

O PAC É MAQUIAGEM LULISTA

Programa de Aceleração econômica não promove aumento de empregos

Notadamente, são 2,3 milhões de pessoas que saem à procura de trabalho. O crescimento do número de pessoas sem uma vaga no mercado de trabalho manteve a taxa de desemprego em 10,1% em abril, o mesmo percentual apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março. Em São Paulo são 1,13 milhão de desempregados em busca de emprego.

Cimar Azevedo, gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, comenta que o ano de 2007 "está frio" para o mercado de trabalho e a ocupação não cresce como era esperado. "Há uma tendência de perda de postos de trabalho num momento em que deveriam estar sendo geradas vagas". A expectativa era que a queda dos juros e o lançamento do Programa de Aceleração Econômica (PAC) já estivessem mostrando reflexos no emprego. "Não ocorreu ainda o esperado ponto de inflexão na taxa, parece que o cenário econômico não está aquecido o suficiente para melhorar o mercado de trabalho", afirma.

Para ele, "é preciso acontecer grandes obras para gerar uma entrada forte (de pessoas) no mercado de trabalho, para reduzir a taxa de desocupação que hoje está em dois dígitos". Azeredo ressalta que há continuidade da melhoria qualitativa do mercado, com aumento da formalidade e do rendimento, mas "é necessário que haja resultados mais expressivos em termos quantitativos".

Na comparação com março, o número de ocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas reduziu 0,3% em abril, com menos 68 mil vagas. Para Azeredo, a variação percentual não é estatisticamente significativa, "mas é preocupante, pois pode significar uma tendência de queda", no momento em que se esperava a geração de vagas.


São Paulo - A região metropolitana de São Paulo, que responde por 40% do emprego nas seis regiões pesquisadas, registrou uma taxa de desemprego de 11,6% em abril, ante 11,5% em março. Azeredo considera que é "preocupante" que o número de desocupados em São Paulo, que tinha aumentado 10,4% em março em relação a fevereiro, não tenha cedido em abril, mantendo muito elevado o número dos que procuram por uma vaga.


Renda - Apesar do elevado número de desempregados, o rendimento médio real dos trabalhadores prosseguiu em alta em abril e chegou a R$ 1.114,00, com aumento de 0,3% ante março e 5,0% na comparação com abril do ano passado. De acordo com Azeredo, o aumento está relacionado ao reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 350,00 para R$ 380,00 em abril, e com a manutenção da inflação em baixo patamar.