quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

BOVESPA TEM A PIOR QUEDA EM UM ANO

Índice caiu 6,6%; Lula diz que governo está tranqüilo

O medo dos efeitos de uma recessão nos Estados Unidos causou pânico nos mercados financeiros de todo o mundo, ontem, atingindo fortemente a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que despencou 6,6%, aos 53.709 pontos. Foi a maior queda desde 27 de fevereiro de 2007, dia em que a perda de 6,63% refletiu a reação dos mercados mundiais frente às perdas na Bolsa chinesa.

Neste ano, as perdas no Brasil chegam a 15,93%. Nas contas da empresa de informações financeiras Economática, o valor somado das companhias com ações na Bovespa caiu R$ 344,9 bilhões.

E, a maioria das bolsas, principalmente da Europa, atingiram perdas semelhantes às verificadas no 11 de setembro de 2001, quando houve o ataque terrorista contra os EUA. A perda das ações européias chegou a US$ 300 bilhões.

Nos EUA, os mercados de ações não operam, devido ao feriado de Martin Luther King. Quando as Bolsas dos EUA não abrem, a tendência é de que as de outros países tenham pouco movimento. Ontem, excepcionalmente, a quantia das transações foi muito elevada, refletindo o sinal de grande nervosismo.

O dólar também repercutiu a turbulência nos mercados internacionais diante do real e fechou em alta de 2,46%, a maior valorização diária desde 28 de agosto do ano passado. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 1,8300 para a venda. É o maior nível de fechamento desde 27 de novembro. Em janeiro, o dólar acumula alta de 2,98%. O pessimismo ontem começou com as Bolsas asiáticas, que contaminaram as européias e os (índices) futuros dos Estados Unidos.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo está tranqüilo diante do temor de uma recessão nos EUA, mas informou que acompanha atentamente a situação no mercado internacional. "Estou tranqüilo. Obviamente temos de estar com os dois olhos muito abertos para saber o que vai acontecer com a economia americana e, conseqüentemente, na economia mundial."

Acompanhado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Lula disse ainda que já discutiu a questão e faria uma nova avaliação. "Não acredito em conseqüências graves porque, primeiro, os investimentos já foram definidos em 2007, segundo, o dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já foi empenhado, as grandes obras já foram contratadas, estou convencido de que vamos continuar no caminho certo (do crescimento)", acrescentou.